sexta-feira, 31 de agosto de 2012

As maiores dificuldades na implantação de sistemas de gestão ERP. Como vencê-las?

Muitos de nós no decorrer de sua carreira já se deparou com uma implantação de algum sistema de gestão ERP, quem ainda não teve essa grata experiência, provavelmente, é só uma questão de tempo, ela virá.

Esse tipo de sistema tornou-se febre nas empresas, pelos benefícios que provê.
Enfrentar um processo de implantação de ERP não é tarefa fácil.

Em todos os meus anos de experiência no assunto, já há algum tempo, concluí que as piores dificuldades não estão nos desafios técnicos. As piores barreiras são as que confrontam a estrutura organizacional das empresas ou alterações em processos já estabelecidos que normalmente dependem de interatividade com as pessoas.


Enterprise Resource Planning

Não é novidade para a maioria dos profissionais de TI encontrarem funcionários que se sintam ameaçados quando uma implantação dessas ocorre. E é verdade. Não vamos aqui fazer demagogia e dizer que uma implantação de ERP não ameace ninguém.

Ameaça sim, e justamente por isso que é um processo tenso por natureza, fazê-lo leve, vai depender da postura do profissional de TI em relação as outras pessoas da organização.
Basta analisar: Quais os principais objetivos de uma empresa ao decidir por uma implantação de uma suíte de gestão?

1. Rever processos e eliminar gargalos e retrabalhos;
2.Melhorar os controles sobre os processos ;
3. Gerar dados para transformá-los em informações confiáveis;
4. Tornar a gestão do negócio mais realista, amparada em seus próprios dados estatísticos e assim obter amparo na tomada de decisões.
Dependendo da situação de cada empresa, em alguma etapa indicada acima pode haver corte de pessoal.

Em minha visão, os funcionários só devem se preocupar de fato se puderem se encaixar em algum dos tópicos:

Fatores de preocupação
1. Estagnação;
2. Obsolescência;
3. Pouco nível de comprometimento;
4. Acomodação;
5. Desatualização.
Esses fatores chave, combinados ou não, podem ocasionar num processo demissional durante um processo de implantação de sistemas de gestão.


Relacionamento-interpessoal

O ideal seria se o sistema ERP se integrasse com facilidade e nenhum processo precisasse ser revisto, nenhum funcionário precisasse ser incomodado, mas, sabemos que isto não existe. Normalmente não é assim, porque ninguém consegue desenvolver um software que se encaixe perfeitamente a todas as realidades empresariais do mercado. Alguns tentam, mas, sabemos que nesses ERP´s muitos controles personalizados não existem, e como a customização desses softwares é uma fortuna, as empresas optam por controles paralelos, normalmente em planilhas, para conseguir ter todos os controles que deseja.

O objetivo torna-se ter o básico funcional e estável.

Nenhum consultor de ERP quer fragilizar as relações com os funcionários da empresa contratante, porque isso significaria complicar as relações que já tendem a ser difíceis e podem atrasar o projeto, mas, alguns funcionários resolvem dificultar as coisas, por que de repente, não quer mudar a forma de trabalhar, não quer rever conceitos, ou simplesmente se acham donos da verdade, resistem às mudanças que às vezes tornam-se necessárias; nestes casos, essas pessoas acham que a melhor solução é criar obstáculos ao ERP.  Quando a alta direção está comprometida e quer a implantação, esse funcionário poderá ter problemas ou até mesmo ser demitido.
O consultor de ERP deve saber lidar esses problemas de relacionamento aplicando técnicas políticas e de relacionamento; desenvolver essas habilidades é essencial; ser ético e ter a postura de ajudar a empresa e os funcionários a melhorar; aliviar a carga de trabalho;  evitar o confronto.

Um usuário insatisfeito ou mal convencido pode boicotar a implantação, ocasionando atrasos no seu projeto e na implantação em si, e em TI literalmente, tempo é dinheiro.

Temos que ter uma coisa em mente: Se o usuário não quiser usar o sistema ou a rotina ou o recurso ele não usa, e não adianta o consultor se jogar ao chão e espernear, ele não usa e pronto. Deve ser um constante trabalho de convencimento, habilidade que o profissional de TI deve desenvolver rapidamente.  Pode ser difícil mostrar para a direção situações como essa, na qual o funcionário boicota a implantação do ERP sem o confronto direto, lembre-se: o forasteiro é você. Quem precisa convencer todos é você. Confrontos diretos nunca são bons para o projeto de implantação, significa atraso e prejuízo direto e ainda tem o poder de torná-lo uma pessoa antipática, trazendo ainda mais dificuldades.

Implantar um ERP sem conflito é tarefa praticamente impossível; muitas vezes é inevitável e deve ser gerenciado de forma inteligente com total profissionalismo, sempre em busca dos objetivos da organização; habilidades de relacionamento interpessoal do consultor ERP e da equipe envolvida na linha de frente do projeto é essencial; Apoio da gerência de TI para fixar algumas posições junto ao cliente também, pois, alguns conceitos e condições contratuais devem ser explicitados desde o início da implantação.

Quem enxerga um projeto ERP como uma ferramenta de gestão de auxílio que pode melhorar o seu próprio trabalho, já demonstra ter uma visão ampla e certamente se destacará, e mais, essa pessoa será um aliado do projeto ERP, o que será bom para todos. Cabe ao profissional de TI que está liderando o projeto de implantação e a toda equipe envolvida fazer com que a
força de trabalho do seu cliente tenda a pensar dessa forma.

Cada consultor de TI, quando tem o desafio de implantar um ERP, aguça sua vocação e deduz coisas sobre o comportamento humano que só a psicologia pode explicar cientificamente, ou seja, podemos dizer que a experiência provê em paralelo uma formação de pseudo psicólogos. Dessa forma, comecei a achar uma ótima área de estudos, complementar a TI, existem cursos de pós-graduação na área.

Relacionamentos interpessoais bem construídos contribuem para mais de 80% do sucesso de um projeto de implantação de ERP.

Autor: Alexandre Fernando

Rumo à modernização com sistema de gestão empresarial

Grandes empresas passaram a usar o primeiro ERP há mais de uma década. Agora, uma em cada quatro PMEs planeja atualizar ou implementar um novo.
Eles não podiam esperar mais tempo. O sistema ERP do Electric Power Research Institute (EPRI) tinha chegado ao fim de sua vida útil. Não foi surpresa. O EPRI, instituto de pesquisas californiano que realiza estudos sobre produção, distribuição e uso de energia elétrica para concessionárias nos estados e proximidades, implementou o sistema de gestão empresarial em 1999.

A plataforma tinha sido projetada, usando uma combinação de mainframes, microcomputadores, sistemas cliente/ servidor e desktops, um ambiente legado difícil de gerenciar. Pior, o fornecedor do ERP foi engolido pelo concorrente e o suporte chegou ao fim.

Era hora de fazer uma escolha dolorosa. Mas, ao contrário do que aconteceu em 1990, o EPRI tinha muitas opções para avaliar no mercado. A companhia poderia escolher um fornecedor de grande porte como Oracle ou SAP. Ou ainda optar por uma solução no modelo software como serviço (SaaS), mas ágil. Ou também partir para uma solução on premise [hospedada e gerenciada por um terceiro].

A última opção foi a escolhida e optou-se ainda por um mix de fornecedores para disponibilizar a tecnologia. O motivo? “A solução tinha um diferencial: contava com um módulo de gerenciamento de ciclo de vida do produto, tudo o que precisávamos”, resume Michael Dotson, gerente sênior de operações comerciais do EPRI. Além disso, diz, a empresa de hospedagem tinha mais experiência com o software. “Identificamos que isso nos ajudará a ter uma implementação mais rápida e se quiséssemos customizar a tecnologia mais tarde seria mais simples”, completa.

Velocidade x força
Durante anos, a Recovery Healthcare Corporation (RHC), provedora de serviços de suporte para a justiça criminal do Texas, utilizou o QuickBooks para gerenciar a operação. Mas, recentemente, a empresa mudou para a NetSuite.
Vickers L. Cunningham, um juiz aposentado do distrito criminal que agora é COO da RHC, afirma que o motivo da mudança foi a simplicidade.

“Não queremos ter nossos próprios servidores e não nos preocupar com backups e manutenção. Apenas nos conectar à internet e ir embora”, afirma Cunningham.

Com mais de cem funcionários em 16 escritórios, a RHC se aproxima agora da marca de 10 milhões de dólares de receita, mas Cunningham diz que ainda tem de aproveitar plenamente as capacidades do NetSuite.

Para competir com as soluções SaaS, como o NetSuite, os fornecedores da tecnologia on premise tiveram de se tornar mais rápidos e flexíveis. A SAP começou a comercializar o que chama de soluções de mobilização rápida (RDS), que prometem ter um sistema ERP instalado e funcionando em menos de 90 dias, diz Bill Bowers, vice-presidente de Global Field Enablement para Rápida Entrega da SAP.

“Hoje, os clientes querem um ERP adequado ao seu tamanho a um preço competitivo”, diz Bowers. “Eles querem saber se terão aquilo que pagaram. Com RDS, estamos inserindo mais conteúdo ao ERP para ajudar empresas a descobrir e a compreender nossas soluções.”

Bowers diz que a SAP também está trabalhando de forma próxima aos integradores e provedores de hospedagem para oferecer soluções híbridas – uma tentativa de combinar o poder e a customização de soluções on premise com a flexibilidade do on demand.

“A pergunta óbvia é: como vamos fazer com que soluções on premise sejam mais acessíveis e fáceis de implementar?” , reflete ele. “Estamos trabalhando nisso para ficarmos em linha com companhias como a Salesforce.com.”

Mas soluções de ERP estão ficando complexas e ganhando customizações, cenário que está longe de ser uma tarefa trivial, avisa China, da Forrester.

“O argumento-chave de SaaS é que o modelo é mais rápido de implementar”, diz ela. “Fornecedores de plataformas on premise precisam ser capazes de demonstrar que podem se mover rapidamente e implementar um sistema em um tempo de seis a nove meses”, observa. Para isso, prossegue, eles estão sentando-se com os clientes no início para entender seus processos de negócios e de que forma eles se relacionam com o ERP.

Por outro lado, aponta China, SaaS está gerando novos desafios: “As empresas que seguem a trilha de SaaS precisam se certificar de que as aplicações vão apoiar aos negócios e possibilitar personalizações que eles estão acostumados a ter no modelo on premise”.


Na prática, isso nem sempre é possível Implementações e opções de entrega não são as únicas que mudaram nos últimos 12 anos. Empresas aprenderam, na prática, como evitar armadilhas. Dotson, do EPRI, é um exemplo. Embora a adoção da tecnologia tenha sido um sucesso, garante, ele está fazendo algumas mudanças no segundo round de atualização da solução.

O EPRI está começando o projeto com uma ideia mais clara sobre como são os processos de negócio, algo que foi muito simples na implementação da tecnologia anterior. Ele contratou uma empresa de consultoria para ajudá-lo a não cair em armadilhas comuns do ERP antes de se aprofundar no processo. E todas as partes interessadas do EPRI têm-se envolvido ativamente na escolha de um vencedor.

“Não foi apenas uma decisão de TI”, explica o executivo. “Muitas pessoas estiveram envolvidas. Na última análise, antes de bater o martelo, as áreas de negócios e de TI se reuniram e decidiram sobre a mesma solução.”
No RHC, Cunningham diz que conversou bastante com a equipe NetSuite antes da escolha.

Duas vezes por semana, durante seis meses, ele participava de uma conferência de cerca de 90 minutos para estabelecer o mapeamento de todos os processos da empresa antes de a implementação começar. “Eles realmente tinham de entender o nosso fluxo de negócios”, diz. “E isso nos deu tempo para pensar sobre o que estávamos tentando fazer também”, completa.

Dotson diz que o EPRI está dentro do cronograma para lançar os principais componentes de seu novo ERP em julho de 2012, cerca de nove meses após o início da implementação. RH e componentes de CRM serão adicionados em um momento posterior. “Estamos confiantes de que seremos bem-sucedidos”, afirma.

Sete pecados capitais na implementação
1 - Falha no planejamento do projeto: essa talvez seja a fase mais crítica de um projeto de ERP. As empresas não podem ter preguiça de escrever, fazer diagramas, relatórios etc.


2 - Processos críticos de negócios mal definidos: quase uma consequência do mau planejamento. Fatalmente, caso isso aconteça, a empresa terá de fazer mudanças no sistema depois de estar pronto.


3 - Falha em detalhar os processos nas pontas: caso a empresa não conheça exatamente a rotina das pessoas que vão, de fato, utilizar o sistema, fatalmente fará algo inútil ou complicado demais.


4 - Falha em preparar o sistema para suportar picos de utilização: nenhum sistema é utilizado com a mesma frequência o tempo inteiro. É preciso saber o quanto ele aguenta e quanto terá de suportar quando for exigido em carga máxima.


5 - Evangelizar os patrocinadores do projeto: tudo tem de estar escrito. Se não está explicitamente indicado, está implicitamente excluído. Todos os envolvidos no projeto precisam ter consciência do que está no papel e saber que é isso que será realizado, nada menos, nada mais.


6 - Iniciar a implementação antes de definir o escopo: nada acontece antes que o cronograma e os recursos estejam bem definidos e formalmente aprovados.


7 - Falha no “cut over”: as datas de inauguração do novo sistema e de desligamento do antigo, devem estar definidas e o processo planejado. É impossível fazer isso sem causar impacto. Esse plano tem de ser discutido já na fase de planejamento do projeto.


Autor: Dan Tynan, da InfoWorld (EUA)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cloud Computing: Um desafio ao nosso Ordenamento Jurídico.


Cloud Computing é um novo serviço oferecido, baseado em uma rede massiva de servidores, físicos e/ou virtuais criando-se uma nuvem (cloud) de servidores, possibilitando às pessoas (físicas e jurídicas) colocarem, utilizarem e modificarem suas informações, que são inseridas nestes servidores, disponibilizado em qualquer lugar do mundo. No Cloud Computing a empresa não necessita criar uma infra estrutura de servidores para armazenar as suas informações, podendo contratar esta estrutura de terceiros.

Com o Cloud Computing não nos limitamos à capacidade física de nossos computadores, podemos inserir, trabalhar e excluir informações em servidores remotos, de forma rápida. Entretanto, será que é seguro?

A segurança esta voltada em qual é a política de segurança oferecida pela empresa de Cloud Computing que desejamos utiliza. Como eles armazém e trabalho com nossas informações? Qual a tecnologia de segurança utilizada pela empresa de Cloud Computing? Ela criptografa as informações?

Devemos ficar atentos, também, a que tipo de informações serão disponibilizadas nesta nuvem. Será que a minha empresa possui uma Política de Segurança da Informação que faz um escalonamento de graus de importância destas informações? Será que realmente sabemos diferenciar uma informação Secreta de uma informação importante e outra útil?

Outro ponto importante a ser analisado é se, os sistemas de buscas na internet conseguem visualizar e catalogar as informações disponibilizadas nestas nuvens? Pois, caso seja possível, qualquer pessoa poderá ter acesso às informações críticas de sua empresa em uma simples busca nestes sites de buscas.

Outras questões devem ser levantadas no Cloud Computing, como por exemplo:

a) Qual a Jurisdição competente para julgar eventuais litígios que podem ocorrer? O do local do cliente? O da empresa que oferece o Cloud Computing? Ou onde está o servidor com as informações armazenadas? A jurisprudência brasileira vem entendendo, para questões relacionadas a internet é a jurisdição do local do ato ou fato. Entretanto, como sabermos que lugar é este? Tendo em vista que os servidores podem estar localizados em qualquer lugar do mundo e as informações poderão estar inseridas em vários servidores diferentes e, visto que, a empresa de Cloud Computing oferece os seus serviços em qualquer lugar do planeta, assim, seria ao menos razoável que, a jurisdição competente é onde reside/sedia o Cliente, mesmo que o contrato (de adesão) venha dispondo de forma diversa.

b) Como se poderá garantir que os dados de uma empresa não serão perdidos ou acessados por terceiros, sem a devida autorização? O acesso a informações, por terceiros, inseridas no Cloud Computing podem ser devastadora para uma empresa, facilitando inclusive o “crime de espionagem” e “concorrência desleal”. E se estas informações inseridas no Cloud Computing for uma “listra negra” de clientes de uma determinada empresa? E esta informação vier a ser acessada por terceiros ou até modificada?

c) Com relação a parte contratual do Cloud Computing, o que acontecerá com o Cliente que atrasar o pagamento de uma mensalidade? Terá os serviços suspensos? E no encerramento do contrato? Haverá como migrar as informações para outros servidores? As informações serão deletadas? Como funcionará este procedimento?

Existem diversas outras situações que devem ser analisadas tanto pelas empresas prestadoras de serviços de Cloud Computing, como pelos Clientes e por terceiros. Entretanto uma coisa é certa, em nosso ordenamento jurídico, aquele que causa dano a alguém é obrigado a reparar, inclusive pelos danos materiais, morais e perdas e danos.

Autora: Laine Moraes Souza

Conheça sete dos riscos de segurança em Cloud Computing(Computação nas Nuvens)


O cloud computing, segundo o Gartner, está repleto de riscos sérios de segurança. Saiba quais são os sete mais preocupantes.
De acordo o Gartner, cloud computing tem “atributos únicos que demandam análise de risco em áreas como integridade de dados, recuperação e privacidade, e avaliação de questões legais em áreas como e-discovery, compliance e auditoria”.
O instituto aconselha aos clientes que exijam transparência, evitando fornecedores que se recusem a dar informações detalhadas sobre programas de segurança.
Quer mais informações sobre cloud computing? Conheça a mais nova tendência em tecnologia.
É preciso, também, perguntar sobre as qualificações dos arquitetos e codificadores que criaram as políticas; sobre os processos para controle de risco e o nível de testes que foram feitos para verificar que os processos estão funcionando da maneira pela qual foram projetados.
A seguir, você acompanha sete problemas de segurança que o Gartner alerta seus clientes em relatório a perguntar aos seus fornecedores antes de fechar contrato com um fornecedor de cloud computing. O Gartner afirma, também, que o impacto do cloud será semelhante ao do e-bussines.

1. Acesso privilegiado de usuários.
 Dados sensíveis sendo processados fora da empresa trazem, obrigatoriamente, um nível inerente de risco. Os serviços terceirizados fogem de controles “físicos, lógicos e de pessoal” que as áreas de TI criam em casa.
Consiga o máximo de informação que você precisa sobre quem vai gerenciar seus dados. “Peça aos fornecedores que dêem informações específicas sobre quem terá privilégio de administrador no acesso aos dados para, daí, controlar esses acessos,” defende Gartner.
2. Compliance com regulamentação. As empresas são as responsáveis pela segurança e integridade de seus próprios dados, mesmo quando essas informações são gerenciadas por um provedor de serviços.
Provedores de serviços tradicionais estão sujeitos a auditores externos e a certificações de segurança. Já os fornecedores de cloud computing que se recusem a suportar a esse tipo de escrutínio estão “sinalizando aos clientes que o único uso para cloud é para questões triviais,” defende o Gartner.
3. Localização dos dados. Quando uma empresa está usando o cloud, ela provavelmente não sabe exatamente onde os dados estão armazenados. Na verdade, a empresa pode nem saber qual é o país em que as informações estão guardadas.
Pergunte aos fornecedores se eles estão dispostos a se comprometer a armazenar e a processar dados em jurisdições específicas. E, mais, se eles vão assumir esse compromisso em contrato de obedecer os requerimentos de privacidade que o país de origem da empresa pede.
4. Segregação dos dados. Dados de uma empresa na nuvem dividem tipicamente um ambiente com dados de outros clientes. A criptografia é efetiva, mas não é a cura para tudo. “Descubra o que é feito para separar os dados,” aconselha o Gartner.
O fornecedor de cloud pode fornecer a prova que a criptografia foi criada e desenhada por especialistas com experiência. “Acidentes com criptografia pode fazer o dado inutilizável e mesmo a criptografia normal pode comprometer a disponibilidade,” defende o Gartner.
5. Recuperação dos dados. Mesmo se a empresa não sabe onde os dados estão, um fornecedor em cloud devem saber o que acontece com essas informações em caso de desastre.
“Qualquer oferta que não replica os dados e a infra-estrutura de aplicações em diversas localidades está vulnerável a falha completa,” diz o Gartner. Pergunte ao seu fornecedor se ele tem a “a habilidade de fazer uma restauração completa e quanto tempo vai demorar.”
6. Apoio à investigação. A investigação de atividades ilegais pode se tornar impossível em cloud computing, alerta o Gartner. “Serviços em cloud são especialmente difíceis de investigar, por que o acesso e os dados dos vários usuários podem estar localizado em vários lugares, espalhados em uma série de servidores que mudam o tempo todo. Se não for possível conseguir um compromisso contratual para dar apoio a formas específicas de investigação, junto com a evidência de que esse fornecedor já tenha feito isso com sucesso no passado.”, alerta.
7. Viabilidade em longo prazo. No mundo ideal, o seu fornecedor de cloud computing jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa maior. Mas a empresa precisa garantir que os seus dados estarão disponíveis caso isso aconteça. “Pergunte como você vai conseguir seus dados de volta e se eles vão estar em um formato que você pode importá-lo em uma aplicação substituta,” completa o Gartner.
Fonte: ComputerWorld

O planejamento em micro e pequenas empresas comerciais

A cada dia que passa, o fluxo de informações dentro de uma empresa se torna maior e mais complexo, exigindo cada vez mais um número maior de dados para auxiliar à tomada de decisões. E essa complexa malha organizacional exige uma demanda cada vez maior de profissionais que consigam ter uma visão ampla.

No Brasil, nove em cada dez empresas são classificadas como micro ou pequena empresa de acordo com o Sebrae (Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), as quais absorvem maior contingente de mão de obra em relação as grandes. O problema é que muitas dessas empresas não suportam as pressões normais do cotidiano e acabam encerando suas atividades com pouco tempo de vida. Cerca de 71% das micro e pequenas empresas abertas anualmente no Brasil fecham antes de completar cinco anos, de acordo com dados do Sebrae.

Muitos empresários defendem que o principal motivo para o fechamento de suas empresas seria a instabilidade econômica; dificuldade para aquisição de financiamentos, juros altos, queda do poder aquisitivo etc.

Sem dúvidas a instabilidade econômica é um motivo de bastante relevância neste ciclo de encerramento das atividades das empresas, más não é o principal. Em recentes pesquisas realizadas pelo Sebrae, constatou-se que o principal motivo para o encerramento das atividades das micro e pequenas empresas no Brasil é a falta de planejamento, tanto financeiro como estratégico.

Sendo assim, poderemos nos utilizar dos conhecimentos da controladoria como ferramenta para solucionar este problema. Ela servirá como fonte teórica para a realização desse planejamento. Na controladoria, trabalham-se os dados e informações fornecidas pela contabilidade e pela administração, visando sempre mostrar aos administradores, através da figura do controller, os pontos de estrangulamento presentes e futuros que podem colocar em risco ou reduzirem a rentabilidade da empresa.

A tarefa da Controladoria requer a aplicação de princípios sadios, os quais abrangem todas as atividades empresarias, desde o planejamento inicial até a obtenção do resultado final.

Problemática

De acordo com os dados estatísticos do Sebrae, nove em cada dez empresas no Brasil se classificam como micro ou pequena empresa. Estas absorvem um maior contingente de mão de obra em relação às de grande porte. A cada ano, sete em cada dez empresas abertas acabam por encerrar suas atividades com  menos de cinco anos de existência.

Existe esse grande problema porque essas organizações muitas vezes não suportam as pressões normais do cotidiano e acabam encerrando suas atividades. São postos de serviços fechados, produtos ou serviços que deixam de ser oferecidos à sociedade, enfim um verdadeiro desperdício dos recursos que compõem as organizações.

O sebrae há algum tempo iniciaou um trabalho de desenvolvimento empresarial junto aos pequenos empresários, no sentido de formar nestes empreendedores uma cultura de gestão, isto é, capacitação administrativa. Estes cursos foram oferecidos em todo o país. O que mais chamou a atenção dos organizadores é um assunto que os profissionais da gestão empresarial vêem com freqüência e ora comprovar-se-ia. Do total de empresários que compunham essas turmas, de 60% a 70%, no início dos trabalhos, reportavam aos organizadores sua urgente necessidade de investimentos externos, mais dinheiro, mais crédito etc. O que é mais importante e interessante nesse assunto é que ao final do curso de capacitação, apenas uma pequena parte ainda pensava da mesma forma. Ferramentas de controle de custos, otimização de resultados, planejamento e outras foram ministradas nesses cursos, transformando assim a visão destes empresários, deixando evidente que o grande problema dessas empresas era a falta de planejamento por parte de seus administradores que, unido com esses problemas citados, tornam-se fatais.

Justificativa

Diante do exposto nos parágrafos precedentes, evidenciando alguns dos problemas levantados e a relevância do tema, pois a classe das pequenas empresas (micro e pequenas) brasileiras é a classe empresarial mais importante do nosso país, visto que estas representam 99% das empresas nacionais e mais de 57% dos empregados nacionais, faz-se necessário um estudo mais detalhado na área a fim de desenvolver as técnicas administrativas que auxiliem os administradores destas empresas, pois, a recíproca não tornasse verdadeira se partirmos para o lado econômico. Estas empresas estão fadadas a falta de informações e até de preparo de seus administradores, o que tornam-nas vulneráveis. Partindo-se dessa premissa, mister se faz à realização de pesquisas e trabalhos relativos ao planejamento em micro e pequenas empresas do setor comercial.

A CONTROLADORIA
A controladoria surgiu no início do século XX nas grandes corporações norte-americanas, com a finalidade de realizar rígido controle de todos os negócios das empresas relacionadas, subsidiárias e/ou filiais. Um significativo número de empresas concorrentes, que haviam proliferado a partir da revolução industrial, começaram a se fundir no final do século XIX, formando grandes empresas, organizadas sob forma de departamentos e divisões, mas com controle centralizado. O crescimento vertical e diversificado desses conglomerados exigia, por parte dos acionistas e gestores, um controle na central em relação aos departamentos e divisões que rapidamente se espalhavam nos Estados Unidos e em outros países. 

Função da Controladoria
Através das funções da controladoria poderemos orientar a aplicação de um planejamento estratégico na empresa. Podemos identificá-los como sendo fases pelas quais o processo passará. Dentre essas fases, encontraremos o próprio planejamento, que é o planejamento do planejamento. Funções essas que são:

Informação
A informação é gerada através da tradução de um dado. A empresa possui vários bancos de dados. Bancos esses que compreende os sistemas contábeis e financeiros da empresa, sistema de pagamento e recebimentos, folha de pagamento, etc.

Motivação
Referente aos efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento das pessoas diretamente atingidas.

Coordenação
Visando centralizar as informações com vistas á aceitação de planos sob o ponto de vista econômico e à assessoria de direção da empresa, não somente alertando para situações desfavoráveis em alguma área, mas também sugerindo soluções.

Avaliação
Com o intuito de interpretar fatos e avaliar resultados por centro de resultado, por área de responsabilidade e desempenho gerencial.

Planejamento
De forma a determinar se os planos são consistentes ou viáveis, se são aceitos e coordenados e se realmente poderão servir de base para uma avaliação posterior.

Acompanhamento
Relativo à contínua verificação da evolução dos planos traçados para fins de correção de falhas ou revisão do planejamento.

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Muitos empresários defendem que a instabilidade econômica seria a maior razão para o fechamento de suas empresas. São dificuldades para aquisição de financiamentos, juros altos, queda do poder aquisitivo etc. Realmente estes fatores ocorrem e têm grande peso na administração das micro e pequenas empresas. Por esses motivos, elas acabam fadadas à incerteza e, os novos empresários à falta de sono em suas noites, uma vez que o processo de consolidação econômica no nosso país demanda um pouco mais de tempo.
Dessa forma, seria correto afirmar que a solução para estas empresas seria crédito? Mais dinheiro, mais investimento? Por certo, não.

Mas por que não? Veja bem, o Sebrae há algum tempo iniciou um trabalho junto aos pequenos empresários, no sentido de formar nestes empreendedores uma cultura de gestão, isto é, capacitação administrativa. Estes cursos foram oferecidos em todo o país. O que mais chamou a atenção dos organizadores é um assunto que os profissionais da gestão empresarial vêem com freqüência e ora comprovar-se-ia; do total de empresários que compunham estas turmas, de 60% a 70%, no início dos trabalhos, reportavam aos organizadores sua urgente necessidade de investimentos externos, mais dinheiro, mais crédito. O que é mais importante e interessante neste assunto é que ao final do curso de capacitação, apenas uma pequena parte ainda pensava da mesma forma. Ferramentas de controle de custos, otimização de resultados, planejamento e outras, foram ministradas nestes cursos, transformando assim a visão destes empresários.

Percebemos então, que a instabilidade econômica, assim como todos os outros fatores que compõem estes sistemas, não são os grandes vilões deste cenário. Não é a economia a única responsável pelo desemprego e os problemas sociais causados por ele. O grande vilão é a falta de planejamento devido ao despreparo das pessoas que administram estas empresas. Em certas situações os próprios empreendedores, que são brilhantes em suas idéias de negócios, mas que não têm preparo para geri-los. Há casos, por exemplo, nos quais especialistas formados em outras áreas se tornam "gestores" de suas empresas ou até de empresas de terceiros, o que faz com que a sociedade perca bons empreendedores e bons especialistas em suas formações para ganhar administradores sem a instrução necessária. Temos exemplos comuns: engenheiros administrando construtoras, médicos administrando hospitais e, uma relação enorme de outras tendências.  Mais vale salientar que existem as exceções.

Ou seja, isso evidencia que o principal problema nessas empresas é a falta de planejamento, execução e controle (desse planejamento).

Um dos grandes entraves de uma maior aceitação do profissional em gestão, seria o custo do investimento, a realidade financeira das micro e pequenas empresas, nem sempre comporta esse investimento.

Gestão
No processo de gestão, tanto empresarial como operacional, financeira ou econômica, ter um caminho traçado a se seguir é fundamental para sabermos se a empresa está indo no caminho certo ou não. Se os gestores estão tomando as decisões corretas, se estão agindo da melhor maneira, enfim, é poder fazer uma comparação entre o desejado e o realizado.
 Gestão Empresarial
Existe sempre na empresa um modelo de gestão, embora nem sempre definido formalmente. Esse modelo de gestão insere os aspectos culturais dos gestores.
Para melhor entendimento do que é esse modelo de gestão, veremos o significado de “Modelo”: é a representação abstrata e simplificada de objetos, sistemas, processos ou eventos reais.
Entende-se assim, modelo de gestão, como sendo a representação abstrata, por meio de idéias, valores e crenças, expressas ou não por meio de normas e regras que orientam o processo administrativo da empresa.
 Gestão Operacional
A gestão operacional, ou especializada, está determinada por todas as áreas de atividade da empresa, quer sejam de produção ou de logística, tais como: recursos humanos, produção, vendas, compras, finanças, manutenção etc. A ênfase da gestão operacional volta-se para a execução dos trabalhos, em busca de uma linha de produto/serviço de cada atividade da forma mais eficiente e racional possível. Preocupa-se mais com o modus operandi de cada área da empresa. 
Gestão Financeira
A gestão financeira enfatiza os problemas de caixa e liquidez da empresa, de forma a permitir a tomada de decisões em termos de programação financeira.
São basicamente duas as funções da gestão financeira:
a)      a aquisição dos fundos de que a empresa precisa para operar; e
b)      a distribuição eficiente desses fundos entre vários usos.
 A administração financeira tem um objetivo no qual deve basear-se e, esse objetivo não pode estar dissociado do objetivo da empresa como um todo. O dinheiro é eficientemente empregado quando melhor contribuir para o atingimento do objetivo da empresa.
Na maioria das micro e pequenas encontramos uma má administração dos recursos financeiros. Os empresários ainda não têm uma mentalidade de planejamento. Isso dificulta muito a sobrevivência da empresa, pois essas geralmente não possuem grandes reservas de capital e ao encontrar as primeiras pedras no seu caminho, não estão preparadas e acabam caindo.
 Gestão Econômica
A gestão econômica é o conjunto de decisões e ações orientado por resultados, mensurados segundo conceitos econômicos. Na gestão econômica, procura-se avaliar a forma pela qual a empresa atinge seus resultados econômicos, e tem como ponto e sustentação o planejamento e o controle. A gestão econômica consolida as demais, tendo em vista que todas as atividades em uma empresa devem estar voltadas para o resultado econômico da mesma.
Ela preocupa-se com o resultado econômico de todas as áreas da empresa como um todo, e não de alguns segmentos isolados, na busca da otimização do resultado global, pois nem sempre a maximização do resultado das partes contribui para a otimização do resultado da empresa. Esse equilíbrio é a busca da gestão econômica.

O planejamento no Processo de GestÃO
Para a condução da empresa ao atingimento do resultado desejado (planejado), o planejamento passa por três etapas como a própria controladoria. São elas: o planejamento, a execução e o controle.
 Planejamento
O planejamento é a tentativa de prever as ocorrências futuras e estar preparado para agir de forma a evitar surpresas desagradáveis no funcionamento e na gestão do empreendimento.
Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais e a habilidade com que esta função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações da empresa. Ele pode ser definido como o processo de reflexão que precede a ação e é dirigido para a tomada de decisão agora com vistas no futuro.
Embora qualquer empreendimento ofereça riscos, é possível prevenir-se contra eles através de algumas ferramentas operacionais que podem dirimir os riscos e auxiliar o administrador na tomada de decisões.
O Planejamento não está ligado a uma série de regras que devem ser seguidas para que após alguns dias se obtenha o planejado. Ele deve ser estruturado com base nas características da empresa que busca em última instância a excelência empresarial e a otimização do desempenho econômico.

Nesse aspecto, o processo de planejamento conduz a um conjunto de metas e planos que são adequados e viáveis dentro de um conjunto de circunstâncias previstas. Assim, o planejamento deve estar vinculado ao cenário onde a empresa atuará no futuro.

O planejamento sozinho não alcança os objetivos da empresa. Se o planejamento realizado não for executado, acompanhado, controlado e o mais importante, corrigido se necessário, de nada adiantará realizar o planejamento.
Nas empresas de pequeno porte, esta é a etapa do processo de gestão mais ausente. A maioria dessas empresas, até inconscientemente praticam as etapas de execução e até de controle de alguns de seus objetivos, como vender, obter lucro, manter continuidade, etc., que o empresário acaba definindo erroneamente como uma espécie de ?planejamento?, pois, para ele o importante é se a empresa está tendo lucro hoje.
Essa falta de planejamento é a grande vilã das micro e pequenas empresas no Brasil. Essas empresas estão presentes num mercado altamente competitivo, e algumas ainda enfrentam uma alta sazonalidade na área na qual atuam. Por isso, a ausência desses passos do planejamento, citados linhas acima, são de grande influência na existência dessas empresas.
Nós podemos dividir esse planejamento em duas etapas. A primeira, em planejamento estratégico, e a segunda, em planejamento operacional. 
1.     Planejamento Estratégico
Planejamento Estratégico é a identificação de fatores competitivos de mercado e potencial interno, para atingir metas e planos de ação que resultem em vantagem frente à concorrência, com base na análise sistemática do ambiente de atuação prevista para um determinado período. O planejamento auxilia pequenas e médias empresas a obter sucesso em situações de crescimento ou de reestruturação para superar crises. Entre outros pontos, ele auxilia as empresas a definir as estratégias de crescimento, de determinação do preço de venda de seus produtos e/ou serviços, de analise da rentabilidade do negócio, da elaboração de orçamentos e da administração do caixa.
Em suma, planejamento estratégico é escolher ou estabelecer a missão da organização, seu propósito e objetivos e depois determinar diretrizes, projetos, programas, procedimentos, métodos, sistemas, orçamentos, padrões e estratégias necessárias para atingi-los. Implica tomar decisões no presente, no sentido de escolher entre diferentes alternativas disponíveis e viáveis que afetarão o resultado de períodos futuros, o que, em última análise, configura-se no planejamento empresarial, desde que se constitua em um processo contínuo e integrado, isto é, não seja um ato isolado.
Planejamento estratégico é definido como um processo gerencial que possibilita ao empresário estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com seu ambiente. 
Ferramentas Auxiliares ao Planejamento Estratégico
Durante a elaboração do planejamento estratégico, as informações administrativas e contábeis da empresa são de suma importância para sua correta elaboração. Duas fontes de tais informações são o Fluxo de Caixa e o Orçamento.
Fluxo de Caixa
Não poderemos analisar conscientemente a verdadeira liquidez de uma empresa se não conhecermos como se comporta o curso de recebimentos e pagamentos, assim como de recursos que podem ser imediatamente utilizados para cumprir obrigações. Uma coerente conjugação de tempos entre o pagar e o receber é importante para que se possa aferir a capacidade real de liquidez da empresa. Esta a razão pela qual tem crescido, cada vez mais, a necessidade de informar sobre os denominados fluxos de caixa.

O fluxo de caixa, genuinamente, é, pois, o curso, a evidência desse circular de recebimentos e pagamentos em dinheiro no tempo. A expressão Caixa, em Contabilidade, é tradicional e vem do hábito de se guardar o dinheiro em ?caixas? ou ?baús? que muito se usava no tempo em que as partidas dobradas se desenvolviam. Registros do século XIV já evidenciavam a movimentação ampla dessa conta, destinada aos registros do movimento de numerário. Nada se deve excluir, todavia, nas demonstrações de fluxos, ou seja, quer o que se refere ao operacional ou próprio da atividade, quer ao extra-operacional e eventual. Isto porque o saldo de uma data é uma posição estática e um fluxo, por essência e natureza é uma evidência dinâmica. Assim, pode-se demonstrar o total recebido de vendas, o montante pago a fornecedores etc. relativo a um período.

Tal peça, genuinamente, segundo entendo, não representa um fluxo, mas, uma síntese de elementos que estiveram em fluxos. Para que fosse fluxo, demandaria espelhar uma evolução, um curso e não, simplesmente, apresentar totais ou uma posição em um determinado dia.

Se apresentamos o valor total recebido de Clientes eu não estamos apresentando um curso de recebimentos, mas, a soma de cursos de recebimentos. Assim, por exemplo, por analogia, em lógica matemática o número 4 é a somatória de 1+1+1+1, representando diversas unidades sumariadas em um total; em lógica contábil, um valor de $400.000,00 de clientes pode resultar de um fluxo de muitos instantes, onde em um momento 1 foi de 10.000,00, em um momento 2 foi de 2.000,00 e assim por diante. Se o fluxo é um curso e esta a essência conceptual da palavra, não pode ser uma somatória, mas, obrigatoriamente deve expressar-se pela analise das circulações no tempo.

Orçamento
O orçamento é um plano detalhado da aquisição e do uso dos recursos financeiros ou de outra natureza, durante um período especificado. Ele representa um plano para o futuro, expresso em termos quantitativos.
O orçamento geral é um resumo dos planos da empresa, e estabelece metas específicas das atividades de venda, produção, distribuição, financeira, etc. e, que geralmente, é representado por um orçamento de caixa, uma demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.
Entre as muitas vantagens que temos em possuir um orçamento bem elaborado, podemos citar:
a)      Fornecer um meio de transmitir os planos da administração a toda a organização;
b)      Forçar os administradores a pensar no futuro e planejá-lo;
c)       Revelar os potenciais gargalos ou problemas que a empresa pode vir a encontrar antes que eles ocorram; e
d)      Definir metas que servirão de níveis de referência para a subseqüente avaliação de desempenho.
2.     Planejamento Operacional
O planejamento operacional define-se como a materialização prática para a realização das metas definidas no planejamento estratégico. Neste momento, estabelece-se as responsabilidades, recursos humanos, financeiros e materiais, bem como um cronograma de trabalho. Nele visa-se a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos previamente estabelecidos.
Esta etapa do planejamento consiste em organizar um esforço sistemático, no sentido de identificar e escolher alternativas operacionais que viabilizem a consecução das diretrizes estratégicas esboçadas no planejamento estratégico. Requer um detalhamento das alternativas selecionadas no que diz respeito a recursos, procedimentos, produtos, prazos, bem como os responsáveis pela sua execução.
Execução
Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37):
“a execução é a fase do processo de gestão na qual as coisas acontecem, as ações emergem. Essas ações devem estar em consonância com o que anteriormente foi planejando. Dessa forma, o planejamento antecede as ações de execução. É por meio das ações (do fazer) que surgem os resultados”.
Compreende a fase em que os planos são implementados, as ações se concretizam e as transações ocorrem. Neste momento, é possível que ajustes ainda sejam requeridos para uma adequada implementação do planejamento operacional, tais como mudanças na programação e a conseqüente necessidade de identificação de novas alternativas para adequar-se às mudanças procedidas.
A execução das atividades se revestem de grande importância nas empresas, pois é nessa fase que os recursos são consumidos e os produtos gerados, o que vale dizer que é nessa etapa que ocorrem as mais significativas variações patrimoniais relacionadas às operações físico-operacionais de uma organização.
A execução não está restrita somente aos processos manufatureiros de bens, mas também a produção de serviços, tais como escritórios, hospitais, escolas, estúdios de criação intelectual, etc. Os serviços auxiliares de produção de bens e serviços, tais como contabilidade, xerox, vendas, etc., têm a etapa de execução, pois processam insumos para transformá-los em serviços.
Cada etapa do planejamento na empresa vai ter a sua fase de execução. Isso acontece desde quando o planejamento está sendo elaborado realmente. Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37), assim, pode-se afirmar que existe:
 1º) o planejamento, a execução e o controle do planejamento;
 2º) o planejamento, a execução e o controle da execução; e
 3º) o planejamento, a execução e o controle do próprio controle.
 A gestão operacional, exposta anteriormente, preocupa-se com a execução de cada etapa do processo de gestão de cada área da empresa e da empresa como um todo.
Todas as etapas do processo de gestão são suportadas pelo sistema de informações, para fins de planejamento e controle. Durante a etapa de execução, é quando são armazenados os dados referentes ao desempenho realizado para posterior análise e elaboração dos relatórios para a comparação com os planos (planejados).
Controle
A última etapa do processo decisório, denominada controle, na realidade não ocorre por último. Por que esta está associada a todas as fases do processo. Ocorre no planejamento, na execução e em si própria. Não há como dissociá-la das fases do processo decisório, razão pela qual pode-se considerar as demais fases, juntamente com o controle, como um grande modelo de controle.
Não faz sentido planejar se o que foi planejado não se constituir em uma diretriz para a execução, e, da mesma forma, não se deve planejar sem haver controle dos desvios em relação ao planejamento e as causas desses desvios e conseqüentemente tomada de ações corretivas. De outro modo, o controle deve incidir sobre o próprio processo de controle, para detectar se a forma como se está sendo empregado está sendo eficaz.
Nem sempre a busca da maximização dos resultados de um setor, tomada de forma isolada, significa que esta área estará contribuindo para a maximização dos resultados da empresa como um todo. Muitas vezes a maximização do resultado de um setor, tomada isoladamente, pode reduzir o resultado de outra, com repercussões negativas no resultado global da empresa. Para que não haja desintegração dos setores do todo da empresa, para que não se busque apenas melhoria em setores isolados, faz-se necessária uma sincronização entre todos os setores da empresa, desde o setor de vendas até o setor de entregas ou de cobranças.
É de extrema importância que os gestores das micro e pequenas empresas possuam uma visão generalista no exercício de suas atividades.
Os conceitos econômicos que norteiam a controladoria devem ser absorvidos por todos os gestores e empregados no planejamento, na execução e no controle de sua empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidenciamos a problemática das micro e pequenas empresas do setor comercial em nosso país, as quais representam a grande maioria das empresas nacionais e, conseqüentemente, maior representatividade em termos quantitativos de empregados. Vimos que o principal problema enfrentado por estas empresas é a falta de planejamento no decorrer da execução de suas atividades.

Observamos que poucas são as empresas que planejam um caminho a percorrer, no papel, fazendo anotações e cálculos, tentando prever seu futuro e encontrar possíveis pedras no caminho. Isso é ruim por que nem sempre ela terá força suficiente para passar por cima dessa pedra, que pode ser grande demais e ele não ter se preparado suficientemente para enfrentá-la.

Vimos que no processo de gestão planejar é fundamental. Estabelecer objetivos, princípios, prever, atingir metas. Isto tudo norteará o processo de gestão da organização. Só com esses planos traçados, os gestores saberão qual a melhor decisão a tomar operacional, financeira e economicamente.

Os gestores poderão planejar o futuro de suas empresas utilizando-se de ferramentas comuns de serem aplicadas como o fluxo de caixa e o orçamento, fundamentados em informações geradas pela própria administração e contabilidade da empresa. Executar seus planos traçados e, eventualmente se encontrar alguma mudança no caminho, corrigi-lo durante o processo de execução. E finalmente, na fase do controle, realizar a comparação entre o traçado e o realizado, chegando assim a um resultado final.
Resumindo, é planejar, executar e controlar o planejamento; planejar, executar e controlar a execução; e planejar, executar e controlar o próprio controle. Assim a empresa poderá preparar-se para as pedras que possam aparecer em seu caminho.

Fonte: ORLEANS SILVA MARTINS
Contador
Graduado em Ciências Contábeis
Especialista em Auditoria Contábil-Fiscal
Membro da Associação Científica Internacional Neopatrimonialista